Os oratórios barrocos são espaços para guardar objetos religiosos e imagens de santos, e têm origem na Idade Média.
Os colonizadores portugueses trouxeram os oratórios para o Brasil Colônia, onde se espalharam por fazendas, senzalas e residências, tornando-se parte do cotidiano brasileiro.
Os oratórios são objetos sagrados e particulares, usados em orações individuais e em rituais católicos, como batizados, casamentos e novenas.
Os oratórios foram inicialmente destinados à moradia do rei.As famílias mais ricas também passaram a ter seus altares particulares e à medida que o culto aos santos se propagava, estes altares ou capelas passaram a ser frequentados pelas associações de leigos (grupos de oração). Hoje em dia os oratórios além de peças que lembram a religiosidade, também são muito usados na decoração, dando um toque especial em qualquer ambiente.
São reconhecidos pela sua simbologia e composição estética.
No Brasil, os oratórios ganharam tradição em Minas Gerais, onde o Barroco produziu belas igrejas.
Os oratórios barrocos podem ter diferentes estilos, como rococós e lapinha.
Rococós
Têm arremates em linhas curvas e contracurvas, e as portas de vidro ajudam a transformá-los em objetos para ser apreciados como obra de arte.
Lapinha
São menores, em geral nascidos de uma só peça de madeira, e as mesmas linhas curvas seguem os parâmetros estilísticos
No Brasil do século XVIII e XIX havia grandes deslocamentos com o objetivo de transportar mercadorias e a Província de Minas Gerais era um dos principais pontos a serem alcançados devido ao seu desenvolvimento com a descoberta do ouro. Nessas jornadas, viajantes e tropeiros levavam consigo oratórios específicos, que hoje denominamos de viagem ou itinerantes, os quais eram de tamanhos menores e feitos de forma a proteger a imagem do santo de devoção para que não se danificasse ou se perdesse.
Apresentamos dois desses tipos: um mais rústico indica que foi produzido por alguém devoto com o intuito de utilizá-lo em orações particulares; o outro chamado de “bala” por causa de seu formato em forma de bala de cartucheira, provavelmente utilizado por tropeiros em suas viagens comerciais.
O primeiro, datável do século XVIII, apresenta características do barroco, com ornatos típicos do estilo desenvolvido na região de Minas Gerais. Sua estrutura em forma de caixa facilitava o manuseio nas viagens.
O outro, chamado de oratório bala, expõe a imagem de Santo Antônio. Embora de feitio popular, com o tempo, também despertou o gosto estético dos artistas e artesãos, pois há exemplares eruditos de artistas, tais como, Francisco Vieira Servas. O exemplar do MRSJDR é datável do século XIX, com decoração inspirada no rococó, porém com interpretação mais popular, com os concheados, linguetas e a palmeta.